foto: Araquém Alcântara |
Se cortarmos um tronco de árvore e o jogarmos num rio e
ele não afundar ou apodrecer, nem ficar preso nas margens do rio, esse tronco
irá com certeza chegar ao mar. A nossa prática é igual. Se você praticar de acordo
com o caminho estabelecido pelo Buda, seguindo-o com rigor, você irá
transcender duas coisas. Quais duas?
Exatamente os dois extremos que o Buda
disse não ser o caminho do verdadeiro meditador - entregar-se ao prazer e
entregar-se à dor. Essas são as duas margens no rio. Uma das margens do rio é a
raiva, a outra a cobiça. Ou você pode dizer que uma margem é a felicidade e a
outra a infelicidade. O "tronco" é a mente. À medida que "fluir
rio abaixo" ela irá experimentar a felicidade e a infelicidade. Se a mente
não se apegar a essa felicidade ou infelicidade, chegará ao "oceano"
de Nirvana. Você deve ver que não existe nada além de felicidade e
infelicidade surgindo e desaparecendo. Se você não "ficar preso"
nessas coisas, então você estará no caminho de um verdadeiro meditador.
Esse é o ensinamento do Buda. Felicidade, infelicidade,
cobiça e raiva simplesmente existem na Natureza de acordo com a invariável lei
da natureza. A pessoa sábia não os segue ou estimula, ela não se apega a eles.
Essa é a mente que não se entrega ao prazer e não se entrega à dor. É a prática
correta. E como aquele tronco de madeira irá finalmente chegar ao oceano, assim
também a mente que não se apega a esses dois extremos irá inevitavelmente
alcançar a paz.
(ensinamento de um monge tibetano)
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