Certa vez, um aluno meu reclamou: "Estou praticando zazen com você há muitos anos, mas até agora meu estágio meditativo não evoluiu muito, nem houve nenhuma boa transformação em minha vida." Quando perguntei a ele sobre a sua prática dos cinco preceitos, ele disse: "Ah, não! Eu sou livre, não quero saber dos preceitos. Só faço zazen!". Geralmente as pessoas têm uma incompreensão sobre o significado dos preceitos. Elas pensam apenas no aspecto restritivo. Não faça isto, não faça aquilo. Porém, os preceitos são como uma espécie de "salvaguarda", especialmente enquanto nossos olhos ainda não se abriram o suficiente e nosso andar é, consequentemente, trôpego. Por exemplo, muitas pessoas refletiram bastante sobre o tráfego e criaram sinaleiras com todas aquelas luzes coloridas. A luz vermelha significa: o carro deve parar; assim os pedestres podem atravessar de modo seguro a via até o outro lado. Se um motorista não liga para as luzes dizendo: "Ah! Eu sou livre, não quero nem saber, posso fazer o que bem quiser..." Então o que acontece? BUUUMMM!!!". Não há segurança para este motorista, nem para o pedestre. O mesmo ocorre com os preceitos budistas, eles tornam o nosso caminho seguro. O Buda nunca diz: "Pare!" ou "Não faça isto!". Ele diz: "Se você mantiver e fizer algum esforço para viver os preceitos, será mais seguro e fácil para você dar os seus passos no seu caminho até a iluminação". Você decide se fará isto ou não, mas já sabe que os preceitos podem ajudar você e as pessoas que estão lhe acompanhando. Assim, os preceitos mostram uma boa direção, uma senda segura, a senda da virtude, para você trilhar.
(Primeiros Passos no Zen - Mestre Zen Moriyama Roshi)
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