domingo, 26 de abril de 2015

O ZAZEN

Não se concentre em nada em particular, nem tente controlar seus pensamentos. Deixe-os ir e vir livremente - sem apego nem aversão, entregando-se ao momento presente.





Em zazen, o corpo, a respiração e a mente devem estar unidos, formando a unidade que são. Nossa tendência é considerá-los separados. Experimente sentir a unidade. Mantendo a postura correta, a respiração se estabilizará e sua mente ficará naturalmente tranquila - ou não. Observe.

Mantenha-se imóvel durante todo o período, que pode ser de 20 a 50 minutos, dependendo do local de prática. Se sentir alguma dor, verifique se sua postura está correta. Se necessário, faça pequenos ajustes. Mas não fique se movendo muito ou tentando levantar os joelhos do chão. Pelo contrário. Procure relaxar no local da dor e pressionar os joelhos contra o chão, mantendo o alongamento da coluna. O corpo é sabedoria. Confie.

Se a dor persistir, sinta a dor. Ela tem cor, sabor, textura? Qual o ponto principal? Onde começa? É possível enviar oxigênio para a dor? Há momentos em que é possível esquecer-se da dor. Em outros momentos, ela parece ser tudo o que está acontecendo. Torne-se a dor e uma mudança acontecerá. Não haverá mais dualidade.

Pequenos desconfortos posturais são comuns no início da prática. 

Sinta-os. Não fuja deles se movendo. Não desista. O corpo se adapta e pode encontrar grande conforto ao se entregar à postura correta. Entretanto, esteja atento e também não se force a suportar dores que são fruto de lesões anteriores ao zazen. Nada é obstáculo à prática. Pelo contrário. O que estiver ocorrendo é o zazen.

Pensar, não pensar, além do pensar e do não pensar. Apenas sentar-se (shikantaza), e a grande realização dos Budas Ancestrais estará a seu dispor. Aprecie o silêncio da mente e deixe que o zazen faça zazen. Não é fechar a porta dos sentidos, mas é ceder, entregar-se, sem resistência. É desprender-se da intenção e do seu próprio eu para tornar-se a vida da Terra.

"Eu, a grande Terra e todos os seres, juntos, simultaneamente, nos tornamos o Caminho". (Sidarta Gautama, no momento de sua iluminação, quando se torna Xaquiamuni Buda).

(Zazen - a prática essencial do zen- Comunidade Zen Budista Zendo Brasil)


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