terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tranquilidade

Tranquilidade não significa inatividade. Em outras palavras, a tranquilidade não é  algo a que devemo nos agarrar, afastando-nos da sociedade humana; ela deve ser algo vivo em nossa vida. Se estamos completamente isolados da sociedade humana; seja onde for que possamos ir, nossa vida não se desenvolve. Ir viver no coração de uma montanha parece ser um modo de se obter a tranquilidade. Parece que lá podemos manipular nosso objeto, nossas circunstâncias, do modo que preferimos, mas, na verdade, não podemos fazer isso. Se a tranquilidade que temos não se manifesta em nossa vida diária, essa tranquilidade é isolada, é uma forma limitada de tranquilidade. Consequentemente, isso não nos permite compartilhá-la com as demais pessoas. Queremos apenas mantê-la conosco porque ela é agradável. Se permanecemos em casa, isso parece ser agradável porque ninguém nos perturba. Na verdade, isso se assemelha a uma rã que nada em um pequeno poço. Essa é a condição real da vida humana. Essa tranquilidade deve ser sustentada pelo incondicionado que significa a pureza, a alegria, a paz, o não-adulterado, e também a não regressão em nossa vida diária. Não-regressão - ou não retraimento - significa estabilidade perfeita ou segurança religiosa. Portanto, a tranquilidade deve ser sustentada pelo incondicionado, onde quer que estejamos.  Não devemos perder essa tranquilidade, mesmo no meio de um mundo humano miserável. Devemos nos manter tranquilos e compartilhar nossa vida com as pessoas.

(Retornando ao silêncio - Dainin Katagiri)

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