O Zen diz respeito a fazermos o melhor que pudermos. O problema é que geralmente não sabemos o que vem a ser fazermos o melhor possível.
Em vez disso, nos agarramos a algum conceito sobre o que significa fazer o melhor possível. Surgimos com idéias sobre o que é bom e o que é mau e sobre o que deveríamos e não deveríamos estar fazendo. E então estabelecemos objetivos padrões pelos quais medimos nosso progresso.
Agindo assim, levamos tudo para o território do ego: "Eu vou fazer o melhor que puder." "Eu vou conseguir." "Eu vou fazer melhor que os outros." Somos apanhados pelo pensamento e pela ambição pessoal, mesmo quando se trata de meditação ou sabedoria ou compaixão. "Eu irei realizar a ausência de self." "Eu vou alcançar o Nirvana." É ridículo.
Veja o estado mental que criamos com tais pensamentos. É nossa mente habitual, ávida e voraz. É fragmentada e agitada.
No Zen, fazer o melhor que pudermos significa cultivar uma mente que não seja apanhada em práticas egoístas. É vigiar quando nossa fala e comportamento nos coloca à parte, nos separa ou nos deixa em oposição aos demais.
Fazer o melhor que puder é penetrar neste momento e ver o que está de fato acontecendo. É compreender que sua vida não é sua - que na verdade você vive inseparavelmente do Todo.
A maior parte de nós acredita que somos seres em separado. Isso apenas cria solidão, egoísmo, dor e dificuldade. Ainda, como nos vemos dessa maneira - e porque tentamos aliviar a dor que sentimos por vivermos assim - gastamos uma enorme quantidade de energia e recursos para modificar a nós mesmos, uns aos outros e ao nosso ambiente, tudo num esforço para satisfazer nossos interesses imediatos. Enquanto isso, temos pouca ou nenhuma consciência de como nossas ações afetam os outros - e pouco reconhecimento de que o que afeta os outros afeta a nós também.
É muito fácil para nós olharmos "lá fora" e reagirmos a como "aquilo" afeta negativamente a "mim". "Eu não quero um bambu crescendo aqui!" "Eu não quero abelhas fazendo casa embaixo da minha calha." "Não quero que meus investimentos dêem menos que 10% de lucro." No entanto, raramente consideramos a qualidade das nossas mentes ou o impacto de nossas ações no mundo.
(O Budismo não é o que você pensa - Encontrando liberdade para além de crenças - Steve Hagen)
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