Zazen significa clarificar a mente e descansar tranquilamente na sua natureza presente. Isso é chamado "revelar-se a sim mesmo" e "manifestar a base verdadeira".
Corpo e mente abandonados, sem apego a formas como sentar ou deitar. Sem pensar no bem, sem pensar no mal, transcendendo o comum e o sagrado. Além de todos os conceitos sobre ilusão e iluminação, passando através das barreiras entre seres comum e Budas.
Sem fazer nada, deixe de lado todas as preocupações, desapegando-se de tudo. Não fabrique coisa alguma a partir dos seis sentidos.
Quem é este? Seu nome nunca foi conhecido. Não pode ser considerado corpo, não pode ser considerado mente. Tentando pensar sobre isso, o pensamento se esvai. Tentando falar sobre isso, as palavras somem.
Como um bobo, como um tolo. Tão alto como uma montanha, tão profundo com o oceano. Não mostra se pico mais elevado nem suas invisíveis profundezas. Brilha sem pensar.
A fonte é clara em explicação silenciosa.
Ocupando o céu e a terra, seu corpo se manifesta completo e só - uma pessoa de incomensurável grandeza, como se estivesse completamente extinta, cujos olhos não se embaçam por nada, cujos pés não são suportados por nada.
Onde há alguma poeira? Qual é a barreira? Água pura nunca teve frente nem costas, espaço nunca terá dentro nem fora. Clara como cristal e naturalmente brilhante antes de a forma e o vazio se separarem - objetos e a mente em si não têm espaço para existirem.
Sempre esteve conosco, mas nunca teve um nome. O terceiro Ancestral Fundador, um grande mestre, temporariamente o chamou "mente". O Venerável Nagyaharajuna usou esse símbolo sutil para o samádi de todos os Budas. Mas a mente é sem sinais, sem dualidade, embora formas possam diferir em aparência.
(Mestre Keizan Jokin - Japão, 1264-1325 - texto extraido do livro Zazen a prática essencial do zen - Comunidade Zen Budista Zendo Brasil)
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