segunda-feira, 18 de maio de 2015

novo endereço palestra monge Dengaku em Brasília




Comunicamos que a palestra 
do monge Dengaku Sensei/Vila Zen 
 29 de maio, às 19h30, 
será no seguinte endereço:


Academia Resistência Física
SHCGN 712, Bloco A - Área residencial 
Fones: 34474118 - 33499487 


Informações: monja Kakuzen 
email: zendobrasilia100@gmail.com


Vá, leve sua família e amigos! Esperamos vocês! 


Gassho

domingo, 17 de maio de 2015

Repetição

Se você perde o espírito de repetição, sua prática se torna bastante difícil.


Oficina de pão no Vila Zen - na foto Diego Haupenthal Hoan

O pensamento e a prática da Índia, com os quais o Buda se defrontou, estavam baseados na ideia de que os seres humanos são uma combinação de elementos físicos e espirituais. Achava-se que o lado físico do homem limita o espiritual; por isso, na prática religiosa os indianos procuravam enfraquecer o elemento físico para libertar e fortalecer o espírito. Assim, a prática encontrada pelo Buda na Índia dava ênfase ao ascetismo. Mas, enquanto praticava o ascetismo, o Buda descobriu que não havia limites para a purificação física e que isso tornava a prática religiosa muito pouco realista. Esse tipo de conflito com nosso corpo só termina quando morremos. De acordo com o pensamento indiano, no entanto, nós retornamos em outra vida e em mais outra e outra, repetindo a luta mais e mais vezes, sem nunca alcançar a iluminação perfeita. E ainda que você pense ser possível debilitar a força física o bastante para libertar o poder espiritual, isso só funcionaria enquanto continuasse a praticar o ascetismo. Pois, se você retomada sua vida costumeira, terá que fortalecer seu corpo, mas depois enfraquecê-lo novamente de modo a recuperar seu poder espiritual. E, assim, teria que repetir esse processo indefinidamente. Esta pode ser uma simplificação exagerada a respeito da prática indiana com a qual deparou o Buda, e pode chegar a nos causar riso; contudo, há pessoas que realizam esse tipo de prática até hoje. Às vezes, essa ideia de ascetismo continua enraizada na mente da pessoa sem que ela se aperceba disso. Mas essa forma de prática não resulta em nenhum progresso.

O caminho do Buda foi completamente diferente. No início, ele estudou o método hindu vigente em sua época e região e praticou o ascetismo. Mas o Buda não estava interessado nos elementos que constituíam o ser humano, nem tampouco nas teorias metafísicas da existência. O que, sim, o interessava era saber como ele próprio existia naquele exato momento. Essa era a questão. O pão é feito de farinha. A coisa mais importante para o Buda era saber como a farinha vira pão ao ser colocada no forno. Seu maior interesse era saber como podemos nos tornar iluminados. A pessoa iluminada é alguém perfeito, cuja conduta é desejável tanto para si mesma como para os outros. O Buda queria descobrir como os seres humanos desenvolvem esse estado ideal - como os sábios do passado tinham se tornado sábios. Para descobrir com a massa se transforma em pão perfeito, ele fez o pão repetidas vezes até que obteve êxito.

Talvez se possa achar pouco interessante cozinhar repetidas vezes a mesma coisa, dia após dia. Pode parecer tedioso. De fato, se você perde o espírito de repetição, sua prática se torna bastante difícil, mas não será difícil se você estiver cheio de força e vitalidade. De qualquer modo, não há como ficar inativo; é necessário fazer alguma coisa. Portanto, quando fizer alguma coisa, seja atento, cuidadoso e alerta. Nosso caminho é colocar a massa no forno e observá-la com cuidado. Uma vez que você souber como a massa se transforma em pão, você entenderá a iluminação. Nosso maior interesse, portanto, é saber como este corpo físico se transforma num sábio. Não nos preocupa saber o que a farinha e a massa são, ou o que é um sábio. Um sábio é um sábio. Explicações metafísicas sobre a natureza humana não são a questão.

A verdadeira prática consiste em repetir sem cessar até descobrir como se tornar pão. Não há segredo em nosso caminho. Apenas praticar zazen e colocar-nos no forno é nosso caminho.


(Mente Zen, mente de principiante - Shunryu Suzuki)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Energia espiritual

Foto: Martin Rak

Rezar e mandar energia espiritual para as pessoas doentes, como nós o fazemos no budismo, é muito importante para a cura delas. No budismo, temos muita fé na energia desse tipo de oração, e nós o chamamos de "enviar energia espiritual". Nossa fé não supersticiosa, porque sabemos que este tipo de oração, este envio de energia espiritual baseia-se em verdades bastante científicas. A verdade é que, quando os membros da comunidade se sentam juntos e produzem a energia da reflexão consciente ou da mente alerta para mandar um apoio espiritual, é quase certo que esta energia vai até a pessoa amada. Também sabemos que a consciência pode ser formada e alimentada pela ignorância. Quanto mais ignorância houver, tanto mais causas teremos para uma saúde ruim. Nossa prática diária e a prática de nossos amigos e de nossa sociedade podem produzir clareza. Quando clareza e compreensão são produzidas, haverá amor e compaixão. Se houver mais compreensão, haverá mais amor na consciência coletiva, e melhora o estado de saúde não só da pessoa individualmente, mas também da comunidade como um todo.

(Thich Nhât Hanh)


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Orações budistas

Alimentando a felicidade
 
foto: Alice Kohler

Meus recursos para praticar são minha própria paz e alegria.

Eu prometo cultivá-las e nutri-las com mente alerta diária.

Aos meus ancestrais, família, gerações futuras e a toda a humanidade, prometo praticar bem.

Sei que na minha sociedade há inúmeras pessoas sofrendo, afogadas no prazer sensual, inveja e ódio.

Estou decidido a cuidar de minhas próprias formações mentais, a aprender a arte de escutar com atenção e de usar uma linguagem bondosa, a fim de fomentar a comunicação e o entendimento e ser capaz de aceitar e amar.

Praticando as ações de um bodhisattva, prometo olhar com olhos de amor e coração de compreensão.

Prometo ouvir com mente esclarecida e ouvidos de compaixão, levando paz e alegria para a vida das outras pessoas, iluminando e aliviando o sofrimento dos seres vivos.

Estou ciente de que a ignorância e as percepções erradas podem transformar este mundo num inferno abrasador. Prometo trilhar sempre o caminho da transformação, produzindo compreensão e gentileza amorosa. Quero ser capaz de cultivar um jardim de consciência desperta.

Embora haja nascimento, doença, velhice e morte, nada mais preciso temer, já que tenho agora um caminho de prática.

É grande felicidade viver em estabilidade e liberdade, tomar parte no trabalho de aliviar o sofrimento alheio, o modo de vida de budas e bodhisattvas.

Em cada momento fico repleto de profunda gratidão.

(Thich Nhât Hanh - A Energia da Oração)



quarta-feira, 6 de maio de 2015

Programação mês de maio - Zendo Brasília


foto: Lou Gaioto




Dia 27 (quarta-feira) Zazen às 19h30 - com monge Dengaku e monja Shoden/Vila Zen-RS

Dia 28 (quinta-feira) 7h - Zazen e Tchoka (cerimônia) - com monge Dengaku e monja Shoden

Dia 29 (sexta-feira) 19h30 - Palestra monge Dengaku - confirmar presença (vagas limitadas)

Dia 31 (Domingo) 9h - Caminhada Zen 

Parque da Cidade (local do encontro: Pedalinho) com monge Dengaku e monja Shoden.

Contamos com a presença de todos!!

terça-feira, 5 de maio de 2015

3º Encontro Latino-Americano Zen.


Bogotá, 2016

Queridos Mestres, amigos e praticantes Zen,

Espero que todos vocês estejam com boa saúde e bem estar junto aos seus entes queridos.

Embora o Zen tenha vindo para a América do Sul antes que a muitos outros países do Ocidente, o seu desenvolvimento aqui como prática se iniciou mais tarde que na Europa e Estados Unidos, e até hoje, não chegou a ter o mesmo impacto, nem a mesma força que possui nestes países. A maioria dos grupos da América do Sul, até recentemente, trabalhavam sozinhos. De nossa parte, estivemos isolados na Colômbia até alguns anos atrás, porque não tínhamos um mestre Zen certificado.

Em 2013, durante as comemorações do 110º aniversário da chegada do Zen para a América do Sul em Lima, liderado pelo venerável Senpo Oshiro da Argentina, se discutiu a necessidade de reforçar os laços de diferentes sanghas e colocar em funcionamento uma rede de conexão, para o benefício de todos, com a participação ativa de todos os praticantes desta região do mundo. Com sucesso, em 2014 se realizou a primeira reunião na Argentina e este ano, no Uruguai. Durante os eventos culturais em Montevideo, tivemos a presença de mais de uma dúzia de mestres da escola Soto ao início do encontro. Já quebramos os muros que nos mantiveram isolados e começamos a ver os frutos de uma grande Sangha Latino-americana. Na reunião dos mestres missionários, foi decidido por unanimidade, que no próximo ano, o 3º Encontro Latino-Americano Zen acontecerá em Bogotá, na Colômbia.

Desde que iniciamos nosso templo Zen Mente Magnânima - Daishinji - queríamos estabelecê-lo como um farol de luz para mudar a forma como nos relacionamos com os outros seres e a vida em geral. Dado o contexto histórico do processo de paz que vivemos em nosso país, de verdade esta é uma circunstância muito auspiciosa, tendo em conta os benefícios que a nossa prática pode aportar na construção de uma sociedade mais harmoniosa, tolerante, respeitosa, amável e pacífica. Assim, o tema central será como alcançar a paz e preservá-la, desde uma perspectiva Zen. É um privilégio termos sido escolhidos como sede do próximo encontro e uma oportunidade única para levar a nosso país um grande número de mestres e praticantes comprometidos. Podemos cumprir nosso propósito de fornecer ferramentas para a consolidação da paz na era pós-conflito. Agora teremos a possibilidade de nos projetarmos de verdade e ter um poderoso impacto na vida e na sociedade do nosso país.

Durante o encontro na Colômbia, vamos criar espaços onde o grande público poderá conhecer esta prática como um caminho para transformar as tendências habituais de um ego guiado pela competição, arrogância, ganância, ressentimento e ódio, e permitir aos indivíduos a atuarem com amabilidade, compaixão e responsabilidade, para participar de maneira ativa na construção de uma paz sustentável. Vamos criar um fórum onde os mestres Zen convidados poderão expor sobre sua própria prática e experiência de como o Zen poderá ajudar concretamente às necessidades de uma nova sociedade. Convidaremos para esta reflexão os acadêmicos e artistas vinculados de algum modo com o Zen e que se abram as portas das universidades para levar esta reflexão a diversos âmbitos de nossa sociedade. Necessitamos envolver as empresas privadas, as instituições e os meios de comunicação para apoiar o encontro. Unindo os esforços de muitas frentes, poderemos fazer com que este evento, sem precedentes em nosso país, floresça e traga alívio ao sofrimento de nosso povo.

O terceiro encontro será realizada em Bogotá, entre a segunda-feira 7 e o domingo 13 de março de 2016. Teremos palestras públicas, exposições e um retiro de três dias, de quinta-feira 10 ao domingo 13 de março de 2016. Durante o retiro, esperamos poder contar com a presença de alguns maestros que virão para atividades culturais e receber seus ensinamentos.

Quero convidar a todas as pessoas que de alguma maneira se sintam identificadas com o Zen, ainda que suas condições de vida não lhes permitam dedicar a uma prática assídua, a que se unam na organização e desenvolvimento das atividades deste evento. Devemos estabelecer grupos de trabalho com pessoas e profissionais com experiência em diversas áreas, dispostos a doar seu tempo e esforço para não deixar passar esta oportunidade única no fluxo incessante da vida e evitar que se desvaneça sem deixar vestígios.

Seria útil se você pode compartilhar essas informações com seus amigos, e todas as pessoas que você acha que podem estar interessadas.

Não há melhor momento para despertar que agora, nem melhor lugar que aqui.

Com profundo respeito e gratidão, para o bem de todos os seres.

Em gasshō,

Ven. Denshō Quintero

Abade da Comunidade Sōtō Zen da Colômbia

Bogotá, Colômbia, 28 de abril de 2015.

domingo, 3 de maio de 2015

Kinhin – meditação andando


 
Página do livro
 (Zazen - a prática essencial do zen - Comunidade Zen Budista Zendo Brasil)

O kinhin é zazen em movimento, caminhando. Geralmente tema duração de dez minutos e é feito na sala de zazen. Não é um intervalo entre períodos de meditação. Serve para estimular já circulação e permitir que nos sentemos novamente em zazen. Mesmo assim, é o momento durante a atividade em que podemos entrar ou sair da sala. 

Se chegar atrasado para a prática, aguarde o kinhin para entrar na sala. Se precisar sair mais cedo, ir ao banheiro ou beber água, aguarde o kinhin para sair da sala e volte antes que ele termine, ocupando o mesmo lugar em que estava (entre as mesmas pessoas). 

A palavra kinhin significa seguir em frente. Com as mãos em shashu, como que apoiadas em um cajado, todos andam pela sala em fila, sempre em linha reta e em sentido horário. 

Inicie com o pé esquerdo e caminhe suavemente, dando apenas meio passo para cada respiração completa. O calcanhar de um pé avança sempre até o arco do outro pé. Assim, de meio passo em maio passo, caminhamos preservando a mesma atitude do zazen: o olhar a 45°, sem focalizar nada em especial. 

Mantenha seu ritmo em harmonia com o do grupo e procure respeitar a mesma distância da pessoa à sua frente e da pessoa que está atrás. 

Se precisar sair da sala, pare por um breve instante, coloque os pés em paralelo, faça uma reverência em shashu e saia caminhando normalmente. Ao retornar, volte para o seu lugar e faça novamente uma reverência em shashu. Quando uma pessoa sai, seu lugar deve ficar sempre vago, aguardando a sua volta.

(Zazen - a prática essencial do zen - Comunidade Zen Budista Zendo Brasil)

AVISO

Em observância à recomendação do Decreto Distrital, as atividades do Zen Brasília serão temporariamente suspensas, inclusive a Jornada de Z...