sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Bondade e gentileza
Menina - Benin - África - por Alice Kohler |
Abandone a inveja, desapegue-se do desejo de sobrepujar os outros. Em vez disso, tente fazer bem a eles. Com bondade e gentileza, com coragem e confiando que é assim que terá sucesso de fato, receba-os com sorriso. Seja franco e honesto. E tente ser imparcial. Trate todos como se fossem amigos muito próximos.
Não digo isso como Dalai-Lama ou como alguém que tenha poderes ou talentos especiais. Não os tenho. Falo como ser humano, alguém que, como você, quer ser feliz e não sofrer.
(Palavras de Sabedoria, Sua Santidade, o Dalai-Lama)
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
foto: Mauro Nogueira |
O homem deve apressar-se em fazer o bem e proteger sua mente do mal. Pois aquele que deixa o bem para mais tarde, convida o mal a visitá-lo mais cedo.
Se um homem cometer algum mal, que não repita a má ação, pois ela contaminará o seu coração. A acumulação de má conduta conduz à miséria humana.
Se um homem fizer o bem, que ele repita a boa ação, pois ela preencherá o seu coração. A acumulação de boa conduta conduz à felicidade humana.
(O Dhammapada - O Nobre Caminho do Darma do Buda)
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Respeito e Compaixão
foto: Sebastião Salgado |
Se ainda temos de apontar para alguns grupos que devem ser incluídos, é porque estamos distantes de um coração bondoso
Respeito e Compaixão pelos homossexuais. Respeito e Compaixão pelas mulheres. Respeito e Compaixão pelos idosos. Respeito e Compaixão pelas crianças.
Respeito e Compaixão pelos seres humanos.
Respeito e Compaixão pela vida na Terra.
Respeitar é mais do que tolerar.
Compaixão é identificação e cuidado terno.
Quando minha mão esquerda se machuca, minha mão direita imediatamente a vai socorrer. Sem esperar nada em troca.
Porque somos um só corpo e uma só vida.
Quando iremos todos despertar?
O vírus ebola nos assusta e atormenta.
Em Dallas, o apartamento da enfermeira que tratou o paciente com ebola e se contaminou foi totalmente higienizado.
Fiquei me lembrando da hanseníase.
Havia no Japão uma ilha; chamava-se Ilha do Amor. Para lá eram levados os pacientes com hanseníase. Iam de barco. Não havia pontes, e na ilha não havia barcos. Sem retorno. Suas antigas casas e seus pertences eram queimados. Seus nomes, apagados das famílias.
Na Europa mataram o cão de uma pessoa contaminada? O cão da enfermeira de Dallas está sob observação.
Precisamos salvar a Humanidade do vírus que nos pode destruir.
Surgiu em 1977 pela primeira vez.
Até hoje sem vacina?
Mas agora, que atinge os continentes privilegiados, a vacina surge para poucos.
Alguma coisa conhecida?
No surto da Aids, houve um governo que se colocou de frente contra grandes indústrias farmacêuticas, e os medicamentos são hoje gratuitos.
Farmácia popular — que bonito.
Mas ninguém sabe, ninguém viu.
O Sol se põe dourado, mas nós não douramos as pílulas.
Ver a realidade assim como é. Sem manipular a mente de ninguém — nem mesmo a sua.
Sem ser manipulada por ninguém — a nossa mente sagrada.
Para isso é preciso despertar. Despertar é ver em profundidade. É compreender as manobras dos manobristas e se desvencilhar da visão tacanha, corrupta. Corrupta de coração rompido, de se sentir separada do todo. Em quantas corrupções você esteve envolvido hoje?
Não falar dos erros e faltas alheios é um dos Preceitos de Buda. Uma sugestão para o Nirvana, a paz sábia.
Então, vamos falar do quê?
Será que estamos o tempo todo falando mal uns dos outros? Procurando nossos eleitores? Gritando por nossos votos?
Direitos e deveres.
Dever de se perceber interconectado de forma inseparável.
Dever de desenvolver a capacidade do respeito e da compaixão por todos os seres, por cada partícula, cada onda.
Se ainda temos de apontar para alguns grupos que devem ser respeitados e incluídos é porque estamos muito, muito distantes do coração bondoso, terno, acolhedor, humilde da compaixão ilimitada.
Nós, filhos e filhas da Terra e do Sol, habitantes da Via Láctea, podemos. Podemos e devemos apreciar a vida.
Estamos sempre chegando, chegando, partindo, indo, voltando e indo novamente.
Incessante movimento — que haja respeito e compaixão no movimento quieto do nada-tudo.
Somos o todo manifesto.
(Monja Coen - Jornal O Globo)
sábado, 11 de outubro de 2014
A dança das Abelhas
Somos aquilo que sentimos e percebemos. Se estamos zangados, somos a raiva. Se estamos apaixonados, somos o amor. Se contemplamos um pico nevado, somos a montanha. Ao assistir a um programa de televisão de baixa qualidade, somos o programa de televisão. Enquanto sonhamos, somos o sonho. Podemos ser qualquer coisa que quisermos, mesmo sem uma varinha mágica.
Extraído do livro "O sol meu coração" de Thich Nhat Hanh
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Comprometimento
Foto: Luis Julgmann Girafa |
Budas só podem entender suas vidas levando sua prática
com um profundo sentimento de compromisso.
Escrevi essa frase em dois segundos. É tão fácil escrever,
ler, compartilhar, mas o que significa realmente? Compromisso
como budistas? Como se compromete um Buda? A resposta é
tão simples quanto complexa: um Buda se compromete com
tudo, com todo o seu corpo, com toda a sua mente, em cada
momento de sua vida. Viram? Achavam que ia ser fácil, que
compromisso é só ler umas frases bonitas, repeti-las, copiá-las?
Decorar frases que achamos interessantes? E o mais comum
dos nossos compromissos: falar e falar e falar até o cansaço de
quão comprometidos estamos com… nossas ilusões?
Nos comprometemos, às vezes fazendo muito barulho, com
o que achamos que são as grandes causas. E esquecemos que
não há nada grande nem pequeno. O comprometimento está
no dia a dia, nas coisas “pequenas”, cotidianas, ordinárias, essas
que ninguém vê ou que ninguém quer ver.
A vida, o nosso maior compromisso, está além das discriminações.
A vida, essa energia maravilhosa, que só por breves momentos
estamos compartilhando, usufruindo, não escolhe. Não. A vida
é intensa, imensa, maravilhosa, com todos, com tudo.
E por que estou falando tanto em vida? O que tem a ver a
vida com o título do artigo? Para mim, monja
zen-budista, a palavra, a intenção, o pensamento de compromisso
devem estar presentes em cada momento de nossa vida.
Não é moda, não é política, não é empolgação. É muito mais
simples e, ao mesmo tempo, muito mais complexo que qualquer
teoria já escrita.
O compromisso para nós, budistas, deve estar presente
em cada uma de nossas palavras, pensamentos,
atitudes e até em nossos silêncios. O comprometimento
budista não é apenas dito. É feito, sem barulho, com
intensidade, com a firme convicção de que essa ação é
a coisa mais importante na nossa vida. E é mesmo.
Vocês acham que estar comprometido é aparecer
na TV oferecendo mundos e fundos para mudar
tudo? Pensamos que isso, sim, é o importante. Coisas
grandiosas, mudar o mundo a partir de fora… não
funciona. Comprometer-se da boca para fora – sem
a mudança interior, sem a mudança no olhar, sem
a mudança no pensar – é fácil e não leva a lugar
nenhum. Compromisso, comprometimento começa
num lugar tão óbvio quanto difícil de atingir: em nós
mesmos. Esqueça de se comprometer com o mundo,
esqueça de querer mudar o mundo, esqueça tudo.
Mantenha apenas o seu mais firme, íntimo, urgente
propósito de se comprometer com você mesmo. Isso
significa o quê? Estamos em um templo budista, você
está lendo um artigo escrito em um jornal budista,
então com o que se compromete? Com a nossa prática,
que é sutil, cotidiana. Com a nossa prática budista,
na qual não existem milagres, só existe este pequeno
momento, nada mais. Comprometimento com assistir,
com escutar, com estar presente, não só fisicamente,
mas com toda a sua mente, com todo o seu ser
em qualquer lugar onde estiver. Não esqueça que o
budismo é uma religião engajada com a vida, é vida.
Não há um momento especial para se comprometer, para estar
presente. Nosso comprometimento é com o despertar para a
vida. Para que vamos despertar? Para entender que nós somos
essa vida e que temos muito pouco tempo para poder estar
“comprometidos” com ela.
Comprometimento é entender que tudo tem a ver conosco.
Não posso ser inocente, não posso dizer: isso não tem nada
a ver comigo. É ser monitor, por exemplo, e não chegar cinco
minutos antes, só para sentar na cadeira da entrada, com o
nosso melhor sorriso (ainda bem), receber as pessoas, falar,
falar e falar e depois cair fora.
Isso não é comprometimento. Nós preparamos o nosso
lugar de prática para acolher as pessoas: olhando os banheiros,
limpando, varrendo, arrumando. Nos comprometemos com
cada momento do processo do qual estamos participando. Por
quê? Porque somos esse processo. E nos comprometemos a
ser, a estar presentes em cada instante. Falar menos, ser mais.
Entender que, de tanto querer entender, nos anulamos. De
tanto pensar, não somos. De tanto desejar, não fazemos.
Com o coração alegre, assumamos o compromisso de ser o
que sempre fomos: Budas. Nesse estado Buda, perfeito, onde
nada sobra, nada falta, vamos fluir com a vida, sem um eu, sem
compromisso, sem nada.
(Monja Zentchu Sensei)
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Dualidade
Rio Tapajós/PA - foto Alice Kohler |
Vivemos num tempo em que meditação deixou de ser somente uma prática individual. Nós temos que praticar como uma comunidade, como uma nação, como um planeta. Se realmente queremos que a paz seja possível de acontecer, então devemos tentar olhar para a realidade de forma a ver que não existe separação. É muito importante nos treinarmos a olhar de uma forma não dualista. Sabemos, pela nossa própria experiência, que a outra pessoa não está feliz, é muito difícil para nós sermos felizes. A outra pessoa pode ser sua filha, seu parceiro, amigo, mãe, seu filho, seu pai ou seu vizinho. A outra pessoa pode ser da comunidade cristã, da comunidade judaica, da comunidade budista ou da comunidade islâmica. Porque sabemos que segurança e paz não são questões individuais, iremos agir em prol do bem comum. Qualquer coisa que fizermos para ajudar nossos amigos, nossos vizinhos e outros países, para que eles se tornem mais seguros e mais respeitados, irá nos beneficiar também. De outra forma, somos capturados por nossa ignorância. A nossa visão dualista nos faz agir de uma forma que continuará nos destruindo e destruindo o mundo.
(Thich Nhat Hanh)
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Pensamento e Amor
Foto: Lou Gaioto |
O pensamento, com seu conteúdo emocional e sensitivo, não é
amor. O pensamento nega, invariavelmente, o amor. O pensamento funda-se na memória, e o amor não é memória. Quando pensamos a respeito de alguém que amamos, este pensamento não é amor.
Podemos ter a lembrança dos hábitos, das maneiras, das idiossincrasias de um amigo, e pensar nos incidentes agradáveis ou desagradáveis ocorridos nas nossas relações com ele, mas os quadros evocados pelo pensamento não representa o amor. O pensamento, por sua própria natureza, é separativo. A noção de tempo e espaço, de separação e sofrimento nasce do processo do pensamento, e só quando este cessa, pode existir o amor.
O pensamento gera inevitavelmente o sentimento de posse, aquela
ânsia de posse que, consciente ou inconscientemente, nutre o ciúme. Onde está o ciúme, naturalmente não pode estar o amor; e, no entanto, pela maioria das pessoas, o ciúme é considerado um sinal de amor. O ciúme é resultado do pensamento, uma reação do
conteúdo emocional do pensamento. Quando vemos contrariado o
sentimento de possuir ou de ser possuídos fica-nos um vazio de tal
ordem que a inveja vem preencher o lugar do amor. E porque o
pensamento representa o papel do amor que surgem todas as complicações e tristezas da vida.
Se não pensamos em alguém, direis que não amamos. Mas, é
amor pensarmos na pessoa? Se nunca pensásseis num amigo a quem julgais amar, isso vos causaria certo horror, não e verdade? Se não pensásseis num amigo falecido, vos consideraríeis desleal, desamoroso etc. Qualificaríeis tal estado de insensível, indiferente
etc.; e trataríeis por isso de pensar em tal pessoa, guardando retratos
dela, imagens feitas pela mão e pela mente; encher, porem, assim, o
coração com as coisas da mente significa não deixar espaço para
o amor. Quando estais na companhia de um amigo, não pensais nele;só na sua ausência, o pensamento começa a recriar cenas e ocorrências mortas. Esta ressurreição do passado é chamada amor. Por conseguinte, para a maioria de nós, o amor é morte, negação da vida;
Vivemos-nos com o passado, com os mortos, e por isso estamos também mortos, embora chamemos a isso amor.
O processo do pensamento nega sempre o amor. O pensamento
é que tem complicações emocionais, e não o amor. O pensamento é o maior obstáculo ao amor. O pensamento cria uma divisão entre
o que é e o que deveria ser, e nesta divisão se baseia a nossa moral;
Entretanto, nem o homem moral nem o imoral conhecem o amor. Esta estrutura moral, criada pela mente para manter coesas as relações sociais, não é amor, mas um processo de contínuo enrijecer, qual o do cimento. O pensamento não conduz ao amor, não pode cultivar o amor; pois o amor não é cultivável como planta de jardim. O próprio desejo de cultivar o amor é ação do pensamento.
Se ficardes vigilante, por pouco que seja, vereis o papel importante
Que o pensamento representa na vida. O pensamento tem,
naturalmente, seu devido lugar, mas não está sob nenhum aspecto
relacionado com o amor. O que se relaciona com o pensamento
pode ser compreendido pelo pensamento, mas o que se relaciona com o pensamento não pode ser alcançado pela mente. Perguntareis: Que é então o amor? O amor é um estado de ser, em que não existe pensamento; a própria definição do amor e um processo do pensamento. E, por isso mesmo, não é amor.
Temos de compreender o próprio pensamento, e não procurar
aprisionar o amor com o pensamento. A negação do pensamento
não gera o amor. São se está libertado do pensamento quando se
compreendeu plenamente o seu significado profundo; e, para tanto,
o essencial é o autoconhecimento profundo, e não a asserções vãs e
superficiais. A meditação e não a repetição, o percebimento e não
as definições é que revelam as atividades do pensamento. Se
não estamos vigilantes e tomando conhecimento das atividades do
pensamento, o amor não pode existir.
(J. K R I S H N A M U R T I - COMENTÁRIOS SOBRE O VIVER)
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Deus é a nossa realidade
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