Foto: Lou Gaioto |
Quando os budas olham o mundo, não vêem solidez. Eles não vêem os eus. Vêem apenas fluxo.
Isso não significa que a pessoa desperta não enxerga mais formas como o resto de nós. Eles vêem as formas - ou, por assim dizer, "a condição de forma" - mas como algo ilusório. Eles vêem que todas as coisas surgem juntas. Vêem que a aparente existência de qualquer coisa depende de tudo o que ela não é, e vêem essa dependência como nada mais que a própria mudança e o próprio movimento.
Buda chamou esse fenômeno de surgimento dependente. O surgimento dependente consiste na fórmula: "Quando isto surge, aquilo acontece." Quando os dias ficam mais longos, as flores brotam. Quando os dias são mais curtos, as cores do outono aparecem e as folhas caem das árvores. As flores da primavera são inseparáveis dos dias longos; as cores do outono, inseparáveis dos dias menores e com menos luz. De fato, as flores da primavera são os dias mais longos; as cores do outono são os dias mais curtos. Na realidade, todos os fenômenos trabalham juntos como um todo integrado.
O surgimento dependente não é algo vago, místico, remoto e intelectual. O buda-dharma é muito prático e realista. Basta prestar atenção redobrada em sua experiência real e você mesmo verá isso.
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