segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sangha








A terceira jóia é a Sangha, que é a comunidade. A prática sem a comunidade é muito difícil. Tentar aprender sem um professor é muito problemático e um grande sinal de vaidade, nem Buda treinou sem professor. Antes de se iluminar ele teve vários professores. É freqüente escutar pessoas dizendo que não necessitam de professores ou instituição, que sozinhos e com leituras e estudos alcançarão a iluminação. Se fosse tão simples, não haveria necessidade de treinadores esportivos ou professores de música, não existe nenhum exemplo de pessoas que se desenvolveram em qualquer setor que seja sem um professor em algum momento. Podemos até superar nossos professores, mas no início precisamos de um guia. Precisamos que alguém que nos ajude, corrija e interprete nossas idéias, senão corremos o risco de ficar batendo a cabeça com pensamentos errados. Em mil novecentos e setenta e três eu conheci o Dharma, isso já faz quarenta anos e ainda hoje eu tenho um professor a quem apresento minhas dúvidas e perguntas. Tenho ciência de minha dependência de seus ensinamentos e em razão disso tenho medo que ele morra, pois seria o mesmo que perder um pai. Não vejo quando poderei prescindir de alguém para me ensinar o Dharma. É extrema vaidade pensar que sozinho sou suficiente, é uma grande tolice. Na sangha nós nos apoiamos, ensinamos uns aos outros e incomodamos uns aos outros. Quando alguém faz algo errado, é nosso mestre de tolerância. Quando alguém é chato, é nosso mestre de paciência. Se alguém diz uma bobagem, é nossa oportunidade de olhá-lo como um sábio. A sangha precisa de um professor, se não houver um professor autorizado e responsável é um clube de meditação e não uma Sangha.

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