quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Atividades Zendo Brasília



Zendo Brasília - foto: Mauro de Araújo Nogueira


Olá, praticantes e simpatizantes Zen,

Não haverá prática de zazen no Zendo Brasília, de 30 de novembro (domingo) a 09 de dezembro (terça-feira). 

Estaremos em São Paulo no Rohatsu Sesshin (retiro de iluminação de Buda).

Retorno das atividades em 10 de dezembro (quarta-feira) às 19h30.

Gassho


 Aida Kakuzen

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Mooji - Um mestre Advaita



foto: Dokushô Villalba


Nós compramos a melhor cama para nos ajudar a esquecer tudo e, assim, retornarmos ao nosso ser não-dual, além do tempo, mudança e identidade, além da experiência.

Além de todas as categorias, existe apenas o Ser não-dual.

Assim que a luz da percepção se vai dissipando, Aquilo que permanece nunca pode ir.

Não é nem fora nem dentro
Ele está além de localização e não pode ser conhecido fenomenalmente.

E, no entanto, paradoxalmente, é conhecido com a verdadeira mente.

Aquilo que está lá no sono profundo está agora aqui também. Bem no meio do estado de vigília e suas atividades, encontra-se uma quietude que é imutável. A dualidade funciona na sua presença, mas ele próprio não é um funcionamento. Ele simplesmente é.

Saiba que Isto é o seu Ser real.

(Mooji)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Comunhão Espiritual

Baia da Ilha Grande/RJ - foto: Ricardo Takamura


É preciso abrir os portais de percepção e trabalhar pelo bem de um Eu maior

Os textos dos ensinamentos antigos de Buda dizem que para conhecermos nossa natureza verdadeira é necessário que mantenhamos uma comunhão espiritual com todos os Budas.

Há inúmeros Budas — tantos quanto grãos de areia. Cada ser humano que desperta, que se percebe interligado a tudo e a todos, cada pessoa que, com visão clara, límpida, iluminada, age, pensa e fala para o bem de todos os seres — este é um Buda. Mas cuidado. Nossa mente pode nos enganar, nos iludir, e, acreditando na ilusão, nos tornamos criaturas que fazem, falam e pensam de forma errônea acreditando ser o bem.

Budas são pessoas que através da prática incessante reconhecem sua natureza Buda. Pessoas que se questionam, que procuram, que encontram e ainda assim continuam a procurar.

Praticar Buda é estar em contato com sua própria essência verdadeira, que é a mesma de tudo que existe. É um observar profundo e de longo alcance, capaz de ver os lamentos do mundo e atender os pedidos verdadeiros.

Natureza Buda, natureza iluminada, não é algo místico, intelectualmente conceituado. São portas, janelas, paredes, grama, plantas, solo, água, vento e ar. São animais e pássaros. Seres humanos e gotas de chuva.

É se reconhecer presente em toda parte, em cada partícula. Cada criatura é o todo manifesto. Não somos parte de, somos o todo, o multiverso em sua harmonia. Sem dentro nem fora. Entrar em contato com a natureza Buda é o que nos dá verdadeira alegria e contentamento.

Comunhão espiritual é tornar-se uno, una, com todos os Budas e perceber que todos os Budas comungam com todos os seres. Não estamos separados. Sentamo-nos na mesma mesa com os seres sábios, mantemos os mesmos hábitos, o pensar luminoso e claro, a ação e a palavra que conduzem à harmonia e ao bem geral.

Entretanto, se não houver a procura não haverá o encontro, não haverá a comunhão. É preciso esforço correto, prática correta, pensamento correto, ação correta, concentração correta e meditação correta.

Na verdade estamos — tudo e todos — sempre dentro da pupila do olho de Gautama Buda (o Buda histórico, também conhecido como Xaquiamuni Buda, que viveu há mais de 2.600 anos). Somos essa pupila. Toda a terra e todos os seres do multiverso estamos assim interligados através de uma rede de interdependência. Nada existe por si só.

Como, então, pode haver inimigos?

Como, então, pode haver guerras, invasões, insultos, agressões?

Como, então, pode haver assassinatos, crimes, drogas, acusações falsas, corrupção?

Nos jornais internacionais reconheço os problemas nacionais — tão semelhantes.

Posição e oposição formam um par, como o pé da frente e de trás ao andar?

Pode haver oposição sem posição?

Comunhão espiritual é abrir os portais de percepção e comungar — receber em você, tornar-se um com Budas, com seres iluminados, seres plenos de sabedoria e compaixão. Quando assim fazemos, nos tornamos hábeis em confraternizar, em trabalhar pelo bem de um Eu maior do que nossos pequeninos eus. Podemos discordar, mas sabemos dialogar e construir uma cultura de paz e de não violência. É possível. Há muitas pessoas tecendo essa tapeçaria. Junte-se aos que se libertam da dualidade e penetram a sacralidade.

(texto da monja Coen - publicado no jornal O Globo, 13/11/2014)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O Darma que ofereço tem a prática da não prática, a ação da não ação



Pai levando filho para escola - rio Tapajós - foto Alice Kohler


Nós pensamos que ação e não ação são duas coisas diferentes. Quando dizemos: “Não fique apenas sentado, faça algo!”, estamos instando as pessoas a agirem, mas, se alguém está num estado deplorável, se não tem paz suficiente, entendimento suficiente, inclusividade suficiente, se ainda tem muita raiva e medo, então, não apenas suas ações não terão valor como podem, até mesmo, ser prejudiciais. A qualidade da nossa ação depende da qualidade do nosso ser: a ação hábil surge da base do ser; e ser é não ação. Assim, a calma, a mente atenta, a qualidade totalmente presente do nosso ser, a qualidade de nossa não ação, já é um tipo de “ação” neste sentido.

Há aqueles, entre nós, que parecem não fazer muito, mas sua presença é praticamente crucial para o bem-estar da situação imediata em si mesma assim como para todo o mundo. Talvez haja alguém, numa família, que não esteja o tempo todo ocupado, que não ganhe muito dinheiro, mas cuja ausência, ainda assim, seria muito problemática para a família, pois aquela possa contribui com a sua não ação, com a qualidade do seu ser. Imagine uma embarcação de refugiados apanhados numa tempestade em alto-mar. Se todos entrassem em pânico, começariam a pular e correr de um lado par o outro, apressada e amedrontadamente, podendo desestabilizar o barco e, até mesmo, causar seu naufrágio. Se houvesse, porém, uma única pessoa que mantivesse a calma e que, com sua equanimidade, dissesse: “Queridos amigos, permaneçam onde estão e fiquem sentados quietos”, tal pessoa poderia salvar o grupo todo. Mesmo que não “fizesse nada”, apenas mantivesse a calma e ajudasse os demais a recobrarem a sua, dessa maneira, uma catástrofe seria evitada. Isto é hábil não ação, a qualidade do ser, a base de toda boa ação.

(Thich Nhat Hanh - Ação Pacífica, Coração Aberto - As lições do Sutra do Lótus)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

PAZ


foto: cristais de gelo por Alexey Kljatov

Uma das coisas que aprendemos com a meditação, quando descemos lentamente dentro de nós mesmos, é que a noção de paz já existe em nós. Todos a desejamos profundamente, mesmo que esse desejo seja muitas vezes oculto, disfarçado, distorcido.

(Dalai Lama)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Libertação


foto: Mauro de Araújo Nogueira


No final da busca, tudo é apenas consciência.
A sensação de ser, o sentimento "eu sou", brilha como a luz da consciência.

Aquele que é conhecido como um sábio observa e conhece a presença "Eu Sou", que funciona dentro do corpo, como a observação, o ser senciente. O sábio observa a consciência operando.

Quando o estado de sono profundo se aproxima, a consciência começa a desaparecer e o show diário chega ao fim.

Agora, com as cortinas a fechar, a luz da percepção enfraquece e a noção de "eu" desaparece.

Aqui, não existe nem marido nem esposa. O jogo do relacionamento termina.

Não existe nenhum mundo nem tempo.
Aquilo que permanece não usa nome.
É pura consciência e é o seu Ser real.

Somente aqui existe alegria imperturbável, descanso completo, perfeita harmonia.

Chegar a esta perfeita e direta compreensão no estado de vigília é chamado de Libertação. 

(Mooji)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Zen é vida diária

Zen não é uma espécie  de empolgação, e sim concentração em nossa vida diária.



foto: Lou Gaioto

Meu mestre morreu quando eu tinha trinta e um anos. Embora eu quisesse me dedicar inteiramente à prática do Zen no mosteiro Eiheiji, tive que sucedê-lo em seu templo. Com isso fiquei muito ocupado e, tão jovem ainda, deparei com muitas dificuldades. Essas dificuldades me deram alguma experiência mas ela não significava nada comparada ao autêntico, calmo e sereno modo de viver.


É necessário seguir a via constante. O Zen não é uma espécie de empolgação,  e sim concentração em nossa rotina diária.  Se você ficar demasiado ocupado e agitado, sua mente se tornará grosseira e instável. Isso não é bom. Se possível, procure ser calmo, alegre, evitando agitações.  Por  via de regra, tornamo-nos cada vez mais ocupados, dia após dia, ano após ano, especialmente em nosso mundo moderno. Se depois de muito tempo retornamos a lugares que nos eram familiares, ficamos espantados com as mudanças. Isso é inevitável. Mas, se nos interessarmos demais por situações excitantes o mesmo por nossa própria mudança, ficaremos envolvidos em nossa vida atribulada e nos perderemos. No entanto, se sua mente está calma e firme, você pode se resguardar do mundo barulhento, mesmo no meio dele. Apesar do barulho e das mudanças, sua mente conservará a quietude e estabilidade.

(Shunryu Suzuki - Mente Zen, mente de principiante)

AVISO

Em observância à recomendação do Decreto Distrital, as atividades do Zen Brasília serão temporariamente suspensas, inclusive a Jornada de Z...