Quando temos uma experiência que nos permite tocar as cordas do coração, sentimos, nesse instante, uma grande alegria, através das palavras ou da nossa mente ou do nosso corpo. Às vezes não conseguimos dizer nada, porque tocar as cordas do coração é uma experiência profunda espiritual. Às vezes ela pode ser explicada e, outras vezes, não; mas ela influencia, de fato, sua vida.
Se você tem uma interpretação intelectual ou emocional dessa experiência de "tocar as cordas do coração", essa já é sua experiência individual. Mas antes de sua interpretação, tocar as cordas do coração é, em si, algo muito amplo. Você não consegue dizer nada. Você pode experimentar isso por meio do zazen, do ensinamento do Buda ou em sua vida diária. Você sabe o que é, mas não consegue explicar isso. É algo notável e influencia, diretamente, sua vida. Essa experiência é uma importante sugestão ou um sinal do que fazer, a partir de uma perspectiva muito profunda. Assim, essa experiência é muito importante antes mesmo que sua consciência ou que sua intuição a apreenda. Tocar as cordas do coração é os sentido puro da experiência. Para nós, isso é importante. O budismo sempre enfatiza isso.
A prática do zen sempre converge para o sentido puro da experiência. Tocar o coração é algo que está completamente além dos limites da satisfação ou da insatisfação individual. Tudo o que você precisa é caminhar, contínua e diretamente, na direção da experiência pura de tocar o coração. Trata-se tão somente de sentar-se, do gassho, do entoar mantras. Mas não ficamos satisfeitos porque sempre fazemos avaliações com nossa consciência. Mas uma coisa avaliada pela consciência nunca o levará a tocar o âmago de sua experiência.
(Retornando ao silêncio, a prática do zen na vida diária - Dainin Katagiri - Pensamento)
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