Buda está presente aqui; não precisamos ir ao Pico do Abutre. Não nos iludimos com simples aparências externas. Para mim, Buda não é mera forma ou nome; Buda é uma realidade. Eu vivo com o Buda todos os dias. Quando estou comendo, sento-me com Buda. Quando caminho, vou com o Buda. E quando estou dando uma palestra sobre o darma, também estou vivendo com o Buda.
Eu não trocaria esta essência do Buda pela chance de ver a forma externa dele. Não precisamos procurar às pressas uma agência de turismo, voar par a Índia e subir o Pico do Abutre para ver o Buda. Por mais atraentes que sejam os anúncios das agências, eles podem ser enganosos. Nós temos o Buda diretamente conosco aqui. Sempre que praticamos a meditação andando, podemos tomar a mão de Buda e caminhar com ele. Eis por que no budismo podemos dizer: "Nós desfrutamos de nossa caminhada até a dimensão última, segurando na mão do Buda".
(Thich Nhât Hanh, a energia da oração)