Se as pessoas o criticam, não preciso se zangar. Deixe passar. Budha foi muito criticado.
Um dia, um brâmane sentou-se diante dele e atacou-o abertamente. Budha não ze zangou, esperou que o brâmane terminasse seu discurso e disse: "Terminou as suas críticas?" "Sim, terminei." "Então pode levá-las com você porque eu não preciso delas." Se você aceitar as críticas dessa forma, elas irão desparecer por si mesmas.
Se, pelo contrário, você se enraivecer, você as atiçará. Se você as deixar passar, elas desabarão, pois é como querer incendiar o céu com uma pequena chama.
Você não deve entrar em movimento pela ação da crítica nem do louvor.
A crítica dos outros pode ser útil. Nesse sentido, o poema diz que ela é como um néctar.
O último verso: "Este néctar se dissolve instantaneamente e ingressa no mistério", significa que o ego penetra a verdade cósmica e que a verdade cósmica penetra o ego.
Em japonês: Nyu-ga ga-nyu.
A verdade cósmica entra no ego; o sistema cósmico segue o ego, o ego entra na verdade cósmica; o ego segue o sistema cósmico.
Se você receber críticas das pessoas, essas pessoas entram em você; então, o adversário desaparece, e ninguém mais critica.
Não é necessário, então, pensar de um ponto de vista relativo.
(Shodoka - O canto do Satori imediato - O texto sagrado essencial do Zen. Tradução e comentários do Mestre Taisen Deshimaru Roshi - Ed. Pensamento - 1978, p.86-87)
Nenhum comentário:
Postar um comentário