terça-feira, 30 de julho de 2019

O NOBRE

Aquele que é inofensivo, que não fere nem causa ou incentiva a morte de qualquer ser, fraco ou forte, a este eu chamo de nobre.

Aquele que é amável entre os hostis, suave entre os agressivos e livre de ambições entre os que cobiçam, a este eu chamo de nobre.

Aquele cujas palavras são gentis, instrutivas, verdadeiras e inofensivas, a este eu chamo de nobre.

Aquele incapaz de tomar aquilo que não lhe tenha sido dado pelo próprio dono, seja grande ou pequeno, largo ou curto, bom ou ruim, a este eu chamo de nobre.

Aquele que mantem sob controle seu corpo, sua fala e sua mente, a tal pessoa eu chamo de nobre.

(O Dhammapada - O Nobre Caminho do Darma do Buda)

quinta-feira, 25 de julho de 2019

A mulher pobre e a lamparina







Na Índia antiga existia um reino chamado Magadha, cujo soberano era Ajatashatru. Ele ofereceu ao Buda centenas de carroças carregadas de potes com óleo de linhaça.
 Ao saber disso, uma mulher pobre também desejou oferecer algo ao Buda. Ela decidiu cortar seus longos cabelos e vendê-los para trocar por óleo, o suficiente para manter uma lamparina acesa por metade da noite.

Um forte vendaval surpreendeu o reino naquela noite. Todas as lamparinas se apagaram, exceto a da mulher pobre. A luz, em vez de enfraquecer, tornou-se cada vez mais forte.

Então, Shakyamuni disse que no futuro a mulher certamente se tornaria buda. Ouvindo isso, o rei Ajatashatru ficou furioso, pois ele havia oferecido ao Buda uma quantia dez mil vezes maior de óleo do que a mulher pobre.

Conclusão

Esta parábola ensina que dentre todos os tipos de oferecimentos, aquele que é feito com sinceridade é o que possui o maior valor. Apesar do oferecimento simples da mulher, o Buda percebeu sua fé pura e sincera. Mas o rei, muito arrogante, quis apenas impressionar o Buda.


Parábola extraída e adaptada da RDez, ed. 162, abril 2015

terça-feira, 23 de julho de 2019

Tenzo Kyokun - Mestre Dogen (trecho)




"Quando se prepara a comida, nāo olhe os ingredientes da mesma maneira que as pessoas comuns, e nāo leve em conta os seus sentimentos pessoais. Que sua atitude seja aquela da pessoa que deseja construir um grande templo a partir de legumes comuns, ou que tenta explicar o Darma do Buda através das atividades mais insignificantes. Quando você faz uma sopa com legumes comuns, nāo se deixe levar por sentimentos de aversão à eles, nem os considere com desprezo, tampouco salte de alegria somente porque lhe deram ingredientes de qualidade superior para preparar um prato especial. Do mesmo modo, que você nāo abusa de um prato porque ele é especialmente bom, nāo há razão para detestar um prato comum. Nāo seja negligente e desatento somente porque os ingredientes parecem comuns, e nāo pense que seria melhor trabalhar com coisas de boa qualidade. Sua atitude em relação às coisas nāo deveria variar segundo suas qualidades. Alguém que se deixa influenciar pela qualidade de uma coisa, ou que muda sua atitude, seu discurso e suas maneiras segundo a aparência ou a posição social das pessoas que encontra, não é um estudante do Caminho."
Treinamento no Vila Zen/RS



segunda-feira, 8 de julho de 2019

As Dez Figuras do Boiadeiro por Chögyam Trungpa - Domando a Mente

Procurando o touro
No1-by_Tenshō_ShūbunA inspiração para este primeiro passo, procurar o touro, é a sensação de que as coisas não são íntegras, de que alguma coisa está faltando. Este sentimento de perda produz dor. Você está procurando algo que faça a situação se endireitar. Você descobre que as tentativas do ego na direção de criar um ambiente ideal são insatisfatórias.
Descobrindo as pegadas
No._2Ao compreender a origem desta dor, você descobre a possibilidade de transcende-la. Este é o reconhecimento das Quatro Nobres Verdades. Você vê que a dor resulta dos conflitos criados pelo ego, e descobre as pegadas do touro, que são suas pesadas marcas, e que tomam parte em todos os eventos os transformando em jogos. Você é inspirado por conclusões lógicas inabaláveis, não pela fé cega. Isto corresponde aos caminhos Shravakayana e Pratyekayana.
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Encontrando o touro
No._3Você fica pasmo ao perceber o touro e então, porque já não há mais nenhum mistério, você se pergunta se ele está realmente ali; você percebe sua qualidade insubstancial. Você perde a noção de um critério subjetivo. Quando você começa a aceitar esta percepção da não-dualidade, você relaxa, porque não precisa mais defender a existência de seu ego. Você pode dar-se ao luxo de ser aberto e generoso. Você começa a ver outras formas de lidar com seus projetos e isso em si é alegria, o primeiro nível espiritual de conquista de um Bodisatva.
Capturando o touroNo._4
Após ter o vislumbre do touro, você descobre que a generosidade e a disciplina não são suficientes parar lidar com suas projeções, você ainda tem que transcender completamente a agressão. Você tem que reconhecer a precisão dos meios hábeis e a simplicidade de ver as coisas como elas são, o que está ligado com a compaixão plenamente desenvolvida. O subjugar da agressão não pode ser feito num panorama dualista – é preciso um compromisso total com o caminho compassivo do Bodisatva, ou seja, um desenvolvimento mais amplo da paciência e do vigor.
Domando o touro
No._5Uma vez capturado o touro, atinge-se sua doma através da atenção meditativa panorâmica e do lancinante chicote do conhecimento transcendental. O Bodisatva conquistou as ações transcendentes (paramitas – 6 perfeições – generosidade, ética, energia estável, paciência, concentração e sabedoria) – e não se fixa a coisa alguma.
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Montando no touro e indo para casa
No._6Já não há mais nenhuma busca. O touro (a mente) finalmente obedece ao mestre e se torna energia criativa. Este é o rompimento final ao estado da iluminação – o samadhi vajra do Décimo Primeiro Bhumi. Com o desdobrar da experiência de Mahamudra, a luminosidade e cor da mandala transformam-se na música que guia.
Transcendido o touro
No._7Mesmo aquela alegria e cor torna-se irrelevante. A mandala de símbolos e energias do Mahamudra se dissolve no Maha Ati através da total ausência da ideia de experiência. Não há mais touro. A louca sabedoria torna-se cada vez mais evidente e você abandona completamente a ambição de manipular.
Transcendidos touro e eu
No._8Esta é a ausência tanto do esforço quanto do não-esforço. É a imagem desnuda do princípio primordial do Buda. Esta entrada no Dharmakaya é a perfeição do não-vigiar – não há mais critérios, e a compreensão de Maha Ati como um estágio definitivo é completamente transcendida.
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Alcançando a fonte
No._9Já que este espaço e abertura e a total ausência de medo estão presentes, a brincadeira espontânea das sabedorias é um processo natural. A fonte da energia que não precisa ser buscada se manifesta; é como se você fosse rico em si e não como se fosse enriquecido por algum fator. Porque há tanto calor básico quanto espaço básico, a atividade de compaixão do Buda está viva e assim toda comunicação é criativa. É uma fonte no sentido de ser o tesouro inexaurível da atividade do Buda. Este é, portanto, o Sambhogakaya.
Em meio ao mundo
No._10O Nirmanakaya é o estado completamente desperto de estar em meio ao mundo. Sua ação é como a lua refletindo em centenas de tigelas de água. A lua não mantém o desejo de refletir, mas esta é sua natureza. Trata-se de lidar com a terra e a derradeira simplicidade, transcendendo o seguir o exemplo de alguém. É o estado de “completo fiasco” ou “cachorro velho”. Você destrói o que quer precise ser destruído, subjuga o que quer que precise ser subjugado, e você se importa com o que quer que precise que você se importe.
(texto retirado de Budismo Petrópolis)

quarta-feira, 3 de julho de 2019

AVISO

Em observância à recomendação do Decreto Distrital, as atividades do Zen Brasília serão temporariamente suspensas, inclusive a Jornada de Z...