sábado, 9 de julho de 2011

Retornando ao silêncio

O zazen é a porta certa para entrar no dharma-de-Buda. Mas o dharma-de-Buda é, na verdade, a vida humana. Assim, esse zazen não é uma prática exclusiva; ele é a prática mais fundamental para todos os seres sencientes. Por exemplo, quando você realmente quer saber quem você é, qual é o significado real da vida humana, do sofrimento humano, do prazer humano, do ensinamento de Buda, muito naturalmente você volta ao silêncio. Mesmo que você não queira, você retorna a uma região do não-som. Ela não pode ser explicada mas, nesse silêncio, você pode compreender, ainda que apenas de um modo obscuro, a essência daquilo que você quer saber. Seja qual for o tipo de pergunta que você fizer ou qualquer que seja seu pensamento, você precisa finalmente retornar ao silêncio. Esse silêncio é vasto; você não sabe o que ele é.

Seja qual for o assunto que você queira estudar, você não pode estudá-lo a partir de seu próprio ponto de vista superficial. Você chegará, afinal, a uma vastidão semelhante à água da fonte, que brota continuamente da terra. Quanto você estudar seriamente alguma coisa, mais compreenderá que todas as coisas são infinitas.

De onde provém essa água da fonte? Não do território pequeno, particular de alguém. A água que nasce em seu território é limitada, não é profunda. A natureza original de sua vida, ou de seu estudo, ou de sua personalidade ou caráter é a água da fonte que brota da vastidão da terra. É nesse lugar que você precisa se sentar. 

(Retornando ao Silêncio - A prática Zen na Vida Diária, Dainin Katagiri, Ed. Pensamento, pg. 59)

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